quarta-feira, 6 de junho de 2007

Hugo Chavéz e a liberdade de expressão

Meus amigos, boa tarde...

Me permitam destoar um pouco dessa corrente que coloca o presidente da Venezuela , o Sr Hugo Chávez como ícone de resistência latina ao capitalismo, grande benfeitor social e vítima do poder da mídia e do império das comunicações. Não vejo por aí.

Considero inclusive os movimentos desse senhor no poder da Venezuela como uma situação perigosa e muito ruim, uma vez que os discursos e ações radicais de Chavéz atraem o olhar novamente dos norte americanos para a América Latina, coisa que eles há pelo menos 20 anos não o faziam com tanta veemência, interessados que estavam nas questões do Oriente médio.

Concordo e compartilho dessa percepção que as mídias que controlam a comunicação em nosso continente de fato ficaram com uma "pulga atrás da orelha" com o que aconteceu com a rede Venezuelana RCTV, preocupadas com que esse exemplo possa se alastrar nos outros países. Porém, Hugo Chavéz e seus liderados não podem utilizar de argumentos de complôs e armações das emissoras para simplesmente interromperem sua transmissão. É óbvio que soa como um grande "cala-te boca". E não é preciso nenhum esforço que as mídias a serviço do capitalismo e grandes grupos internacionais façam lobbys para que isso chegue aos serviços de informação internacionais assim como está aparecendo.

Hugo Chavéz chama de "demônios" os discipulos e aliados da Casa Branca, mas reza da mesma cartilha para conseguir efetivar seus interesses. Interfere na política de países vizinhos, funciona como um ótimo "macaco de auditório" em seus discursos populistas e desestabiliza através de frases de efeito , agressividade e nenhuma diplomacia aqueles que não compartilham de sua opinião (aja vista o atual presidente do Peru que foi chamado por Chavéz em alto e bom som de ladrão quando era candidato, o presidente da Colombia Uribe que constantemente se vê em conflitos com o país vizinho e agora nós, que tanto defendemos uma postura nacionalista contra Europeus e norte americanos, aceitamos passivamente um cidadão externo a nós, o presidente da Venezuela charmar nosso congresso de "papagaios dos EUA". - não que nossos congressistas tenham alguma moral para serem defendidos com veemência, mas nesse ponto vou por aquele ditado: "meus representantes políticos são uma merda, mas são meus").

E também não esqueçamos que se o negócio de gás natural com a Bolívia não deu certo, credite-se ao Sr Hugo Chavéz tal feito, que entrou nessa confusão como "conselheiro da bolívia e apaziguador" só para atrair os contratos que estão sendo cancelados entre os governos brasileiros e bolivianos e agora estão sendo sistematicamente repassados para os grupos venezuelanos.

Como posso chamar um líder político de benfeitor social que acusa o poder capitalista e industrial de ser o destruidor do mundo, se toda sua campanha e lobby internacional é financiada pelos petrodólares que vem dos mesmos mecanismos de poder que ele condena?

Por mais que os donos e representantes da RCTV sejam conspiradores do governo chavista, justifica-se o cancelamento sumário de transmissão televisiva de uma das mais antigas redes de comunicação da Venezuela? E o argumento de que o processo de cancelamento foi búblico, democrático e consensual por parte do parlamento venezuelano é balela, porque 100% dos legisladores venezuelanos estão com o governo. Não vejo democracia na unanimidade.

Dessa forma, respeitando as opiniões favoráveis a política de Chávez, posiciono-me contrário a elas não pela ideologia, que acredito ser sincera por parte de alguns, mas pela forma com que está sendo conduzida, com populismo, radicalismo e grosseira. O que nunca terminou muito bem em nossa história.

Abraços.

Adriano Goulart

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Paixão, ódio e reviravoltas.

Enfim defini o que escrever na minha estréia nesse blog. Paixão e ódio é o meu assunto. Ou o nosso tema de hoje.
Não é qualquer paixão e nem qualquer ódio... Isso seria chato.

Quero falar de paixão sobre alguma coisa, alguém, uma proposta ... sei lá! A ponto de eu escrever sobre isso com tanta propriedade , que todos vejam em mim o "Sr. Aquele assunto"...
Também falar sobre ódio de qualquer contexto, pessoa ou tema, a ponto de colocar num texto tanta indignação que todos possam ler e dizer: "Sr. Inimigo daquilo"...

Eu pensei nisso porque tive tanta difculdade em escolher um tema inicial, que percebi que não amo e nem odeio nada para escrever com tais convicções favoráveis ou contra o que se escreve. Será isso bom? Ou ruim? Um distúrbio?
Acredito que boa parte das pessoas que propõe ter um blog, expor suas idéias, querem falar de alguma coisa que valha a pena. Pelo menos para elas próprias. Parece que não é o meu caso.

Uma vez uma professora da faculdade disse aos alunos: "a motivação para se escrever um bom texto é sempre a paixão ou o ódio por um assunto".
Então se eu me basear nesse raciocínio, devo considerar o meu texto como um lixo.Certo? Ou pelo menos como não sendo bom. Mas não é bem assim.

Me defendo então naquela velha máxima: "ou a gente é especialista de alguma coisa, sabendo tudo sobre um assunto e não sabendo mais nada de outros temas, ou a gente sabe um pouquinho de cada coisa e se olharmos o todo, até que a gente tem um conhecimento legal e sabe escrever alguma coisa. "
Fico mais confortável nessa segunda máxima. Afinal, um mínimo de algumas coisas eu sei. Ou pelo menos acredito que sei.Portanto, não sou um burro total. Certo? Sei lá...

Sinceramente, só de eu haver escrito esse minúsculo artigo já me sinto melhor. Afinal, mesmo não escrevendo nada de grandioso, o texto saiu... E já estava me questionando afinal do por quê ter um Blog, se não há nada para escrever que me faça um escritor apaixonado ou impenetrável de tanto ódio.
Dessa forma, a paixão ou ódio pelo que está escrito, eu coloco nas mãos de quem lê o texto agora. Mudei o jogo. Ficou fácil pra mim, não acha?

Se o amigo leitor chegou até aqui, por favor não fique com raiva, pelo contrário, ria bastante.
Afinal, não é hilário que todo o tempo lemos muita coisa que de paixão ou ódio não tem nada, e mesmo assim, ainda lemos?
Fiquei interessando em escrever esse texto meio "meta-observativo-de-mim-mesmo"... he,he... Neologismos a parte, eu adorei...

Agradecido por sua leitura e fico na expectativa do seu comentário.

Adriano Goulart