quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O Cristianismo: uma religião? Ou a saída da religião. - Comentários pessoais sobre o texto

Comentários pessoais sobre um artigo recebido - "O Cristianismo: uma religião? Ou a saída da religião". (o texto original encontra-se logo após o comentário).
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Se Jesus não quisesse estabelecer de fato uma religião (religare), jamais se afirmaria como o próprio caminho a Deus e talvez a passagem "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai se não por mim". (João 14, 1-6) não faria nenhum sentido.
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Dessa forma, se o próprio Cristo se reconhecesse como apenas um "Judeu piedoso e fiel" e não desejasse romper de maneira nenhuma com a religião vigente como diz o artigo, provavelmente seria fácil para Ele se associar a pelo menos um dos diversos grupos e tendências religiosas que compunham sua contemporaneidade (saduceus, fariseus, essênios, zelotas, etc..) e o no entanto o que o Messias fez não agradou a nenhum desses grupos pois a proposta Dele era completamente nova. Afirmar as bem aventuranças aos "pobres e humildes de coração" era muito para as práticas religiosas de seu tempo, desde os tempos de Davi e Salomão.
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Alías tinha tanta certeza de sua missão e que não era um mero judeu que em uma de suas parábolas (O Dono da vinha), mandou um recado claro àqueles que o matariam em breve, reafirmando sua condição de "herdeiro de Deus". Mc 12, 6-8
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Por último, acredito que se a ação transformadora de Jesus naquele povo e sua continuidade com os discípulos teve um propósito meramente reformador do judaísmo de outrora, então o Cristo seria um mito, um mártir e não o "Pão vivo que desceu do céu" (João 6,51) como o mesmo afirma.
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O que pode ser comparado e discutido em nossos dias é o interpretar errôneo e o uso das leis pelas autoridades religiosas da época de Jesus no qual Ele próprio combatia, com as doutrinas e posturas assumidas pelas nossas autoridades atuais (sejam religiosas, políticas ou econômicas), que em nome de Deus e de Cristo, fazem atrocidades. Isso sim é a anti-religião, que tenho certeza que o próprio Jesus não aceitaria. Talvez o próprio Deus-homem diria hoje: isso é ser Cristão? Então eu não o sou.
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O Cristianismo: uma religião? Ou a saída da religião
Escrito por Maria Clara Lucchetti Bingemer
27-Ago-2009

Sempre nos pareceu muito evidente afirmar que o Cristianismo é uma religião. Pois na verdade isso não é tão claro assim. Cada vez mais a teologia se inclina por afirmar que o Cristianismo não pode ser definido como uma religião. O que significa isso? Na verdade, muitas coisas, e que, se pensarmos bem, não irão nos parecer tão estranhas. Comecemos do começo. Ou melhor: comecemos por Jesus de Nazaré. Será que podemos afirmar que Jesus queria fundar uma religião?

Achamos que não. Jesus já tinha uma religião e não pensava em escolher outra. Era um judeu piedoso e fiel. O que o incomodava, justamente, era aquilo que os especialistas da religião haviam feito com a fé de Israel. Ao ler os quatro evangelhos, vemos claramente que a disputa de Jesus com os mandatários de sua religião se centra na distorção ou deturpação da imagem de Deus que os que se acreditavam donos da religião, do templo e da lei haviam feito. Haviam posto sobre os ombros do povo um peso tão absolutamente insuportável que era impossível de carregar. Um sem número de rubricas, ritos, prescrições.

Uma severidade implacável para com o cumprimento de todas essas mínimas normas e uma crueldade com as pessoas mais simples e humildes que não conseguiam cumpri-las por não terem condições de fazê-las. Jesus percebia que segmentos inteiros do povo eram declarados sem Deus: doentes, leprosos, pecadores. E que várias categorias de pessoas eram tratadas como cidadãos de segunda categoria dentro deste mesmo povo: mulheres, crianças.

A esses então Jesus anuncia uma boa notícia, um Evangelho: o projeto do Pai, o Reino, é para eles também. Mais ainda: eles serão os primeiros a entrar, pois são humildes, se reconhecem pecadores, se sabem necessitados de misericórdia e perdão e não se acham donos inexpugnáveis e sobranceiros do dom de Deus que ninguém pode se arvorar em possuir.

Ao fazer isso, Jesus não queria atacar nem agredir a religião de seus pais, na qual havia nascido e a qual amava. Desejava apenas que a pureza do ideal da Aliança que sustentou a história e a caminhada de Israel pudesse continuar e crescer em toda a sua pureza. Porém, por isso mesmo foi considerado blasfemo. Acusaram-no de agir contra a religião, de colocar em perigo a religião vigente que emanava do Templo de Jerusalém.

E por isso fazem um complot para matá-lo. E efetivamente o matam. É algo que deve fazer-nos pensar que quem matou Jesus não foi um grupo de bandidos e foras da lei. Pelo contrário, foram homens considerados de bem, guardiões da ordem e da religião. Por crê-lo inimigo da religião de Israel, acreditaram dever eliminá-lo. Temiam que ele quisesse acabar com a religião e trazer uma nova religião. Na verdade, a proposta de Jesus não é a de uma religião, e sim de um caminho: o caminho do amor, da justiça, da fraternidade.

O caminho da experiência de ser filhos de um Deus que é Pai bondoso, amoroso, misericordioso. E por isso, ser irmãos uns dos outros. Assim fazendo, Jesus desloca o eixo da presença de Deus do Templo para o ser humano. Anuncia que quando alguém está ferido à beira do caminho há que deter-se e socorrê-lo, atendê-lo, com todo o amor e desvelo possíveis. E não ir correndo para o templo porque se está atrasado para a celebração.

Quem se detém e pratica o amor para com o próximo ferido e desamparado encontra a Deus. Mesmo que seja um idólatra, como o samaritano do capítulo 10 do evangelho de Lucas. Mesmo que esse Deus se revele fora do Templo e das rubricas da Lei. Com a morte de Jesus e a experiência de sua ressurreição, seus seguidores começaram a anunciar seu nome e um movimento de fé começou a criar-se em torno dele. E essa fé necessitava de uma religião para expressar-se. Por isso tomou os ritos do judaísmo e acrescentou outros.

O Cristianismo nascente tentou ficar dentro da sinagoga. Não foi possível e o próprio Paulo - judeu filho de judeus, circuncidado ao oitavo dia, da tribo de Benjamin, formado aos pés de Gamaliel -, com muita dor na alma, foi quem chefiou o movimento de ruptura e ida aos gentios. Espalhou-se pelo mundo a nova proposta, que cresceu e configurou todo o ocidente. Aquilo que começara humildemente em Nazaré da Galiléia, com o carpinteiro fazedor de milagres que chamava Deus de Abba - Paizinho -, tornava-se, sobretudo depois do século IV, a religião mais poderosa e hegemônica do mundo.

Foi preciso que houvesse a virada da modernidade, o declínio do mundo teocêntrico medieval, que o Cristianismo perdesse o poder que tinha de instância normativa dentro da sociedade para que aparecesse a verdade inicial em toda a sua pureza. O Cristianismo não é uma religião. Ou, se for, é uma religião da saída da religião. É um caminho de fé que opera pelo amor, um estilo de viver, nas pegadas de Jesus de Nazaré, que passou pelo mundo fazendo o bem. O que isso quer dizer para nós hoje? Que tudo que é religioso é mau? De forma alguma.

Os gestos, os rituais, as normas, as fórmulas religiosas são boas desde que enunciem a verdade de uma fé, de um sentido de vida que se expressa na abertura a Deus e ao outro. E por isso são relativas. Pode ser que algumas expressões religiosas que foram muito adequadas a determinada época histórica sejam extremamente inadequadas a outra ou outras. O único absoluto é Deus. O resto... é resto mesmo. Isso é que, hoje como ontem, o Cristianismo é chamado a proclamar diante do mundo.

Maria Clara Lucchetti Bingemer é teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio.

Adriano Goulart - AGR -
email:adrianoagr@yahoo.com.br
Visite o meu Blog: http://adrianoagr.blogspot.com/

terça-feira, 18 de agosto de 2009

FAZER O QUE VOCÊ GOSTA X GOSTAR DO QUE VOCÊ FAZ

*FAZER O QUE VOCÊ GOSTA X GOSTAR DO QUE VOCÊ FAZ*
Por Stephen Kanitz, formado em Administração de Empresas por Harvard e articulista.

A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos tios, pais e orientadores vocacionais acabam recomendando 'fazer o que se gosta', um conselho confuso e equivocado.

Nenhuma empresa paga o profissional para fazer o que os funcionários gostam, que normalmente é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia. Justamente, paga-se um salário para compensar o fato de que o trabalho é essencialmente chato.

Mesmo que você ache que gosta de algo no início de uma carreira, continuar a gostar da mesma coisa 25 anos depois não é tão fácil assim. Os gostos mudam, e aí, você muda de profissão em profissão?

As coisas que eu realmente gosto de fazer, eu faço de graça, como organizar o Prêmio Bem Eficiente; ou faço quase de graça, como escrever artigos pa ra a imprensa.

Eu duvido que os jogadores profissionais de futebol adorem acordar às 6 horas todo dia para treinar, faça sol, faça chuva. No fim de semana eles jogam bilhar, não o futebol que tanto dizem adorar.

O 'ócio criativo', o sonho brasileiro de receber um salário para 'fazer o que se gosta', somente é alcançado por alguns professores de filosofia que podem ler o que gostam em tempo integral.

Nós, a grande maioria dos mortais, terá que trabalhar em algo que não necessariamente gostamos, mas que precisará ser feito. Algo que a sociedade demanda.

Toda semana recebo jovens que querem trabalhar na minha consultoria num projeto social. 'Quero ajudar os outros, não quero participar deste capitalismo selvagem'. Nestes casos, peço para deixarem comigo seus sapatos e suas meias, e voltarem a conversar comigo em uma semana.

Normalmente nunca voltam, não demora mais do que 30 minutos para a ficha cair.
É uma arrogância intelectual que se ensina nas universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros e aos trabalhadores dizer que eles não ajudam os outros. O que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque alguns membros da sociedade querem apenas 'fazer o que gostam?'

Quem irá retirar o lixo, que pediatra e obstetra atenderá você às 2 da madrugada?
Vocês acham que médicos e enfermeiras atendem aos sábados e domingos porque gostam?
Felizmente para nós, os médicos, empresas, hospitais e entidades beneficentes que realmente ajudam os outros, estão aí para fazer o que precisa ser feito, aos sábados, domingos e feriados. Eu respeito muito mais
os altruístas que fazem aquilo que precisa ser feito, do que os egoístas que só querem 'fazer o que gostam'.

Teremos então que trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida profissional chata e opressora?
A saída é aprender a gostar do que você faz, em vez de gastar anos a fio, mudando de profissão até achar o que você gosta. 'E isto é mais fácil do que você pensa...'

Basta fazer o seu trabalho com esmero, um trabalho super bem feito. Curta o prazer da excelência, o prazer estético da qualidade e da perfeição.

Se quiser procurar algo, descubra suas habilidades naturais, que permitirão fazer seu trabalho com distinção e que o colocarão à frente dos demais.
Sempre fui um perfeccionista. Fiz muitas coisas chatas na vida, mas sempre fiz questão de fazê-las bem feitas.

Sou até criticado por isto, demoro demais, vivo brigando com quem é medíocre, reescrevo estes artigos umas 40 vezes, para desespero dos editores, sou super exigente, comigo e com os outros.

Hoje, percebo que foi este perfeccionismo que me permitiu sobreviver à chatice da vida, que me fez gostar das coisas chatas que tenho de fazer. Se você não gosta do seu trabalho, tente fazê-lo bem fe ito.
Seja o melhor na sua área, destaque-se pela sua precisão. Você será aplaudido, valorizado, procurado e outras portas se abrirão.

Você vai começar a gostar do que faz, vai começar até a ser criativo, inventando coisa nova, e isto é um raro prazer.

Faça o seu trabalho mal feito e você estará odiando o que faz, a sua empresa, o seu patrão, os seus colegas, o seu país e a si mesmo.

Este é na minha opinião, o problema número 1 do Brasil.

Fazemos tudo mal feito, fazemos o mínimo necessário, simplesmente porque não aprendemos a gostar do que temos de fazer e não realizamos tudo bem feito, com qualidade e precisão.
É o que os especialistas chamam de ser um profissional 'WORK LOVER', nós chegaremos lá se Deus quiser...

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EF /SR
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