quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vida de bibliotecário: Bibliotecário esse , no que diz respeito a mim mesmo. Agora.

Vida de bibliotecário:
Bibliotecário esse , no que diz respeito a mim mesmo. Agora.

Chega um distinto na porta da minha biblioteca e diz como se tivesse arrasando: 
- Aí amigo, quer ganhar uma Barça (enciclopédia)?
E eu todo educado respondo:
- Muito obrigado senhor, mas não estamos recebendo doações. E também nós já temos a coleção da enciclopédia Barsa.
Aí o cara fica nervosinho , faz uma cara de #@$#&, e diz:
- Pô cara, vou limpar a minha casa hoje. Você vai deixar eu jogar aquele troço no lixo? 
... ... ...    ..... .... ... .... 
Tempo para eu parar, respirar, pensar e respondê-lo:
- Senhor, agradeço , mas realmente nossa biblioteca não está recebendo doações. 
E o cara vai embora resmungando e "tirando onda".
(simultâneamente no meu cerebro circulava coisas do tipo:

1 - Você nunca deu importância para esse material e agora quer responsabilizar uma pessoa que você nem conhece por querer jogar os livros fora? Me poupe.

2 - Seu babaca, você não sabe nem ler, e tá chamando uma enciclopédia de "troço"?

3 - Se o destino que você iria dar para seu material era o lixo, veio ao lugar errado , porque biblitoeca é incompatível com isso. Mas não vou nem parar para te explicar, porque você não vai entender nem desenhando. 

4 - Você e a maioria das pessoas que no final do ano resolvem fazer uma faxina em casa, pensam em levar seus livros (estragados, arrebentados, riscados, sujos e empoeirados) para a biblioteca. Cabe refletir que se nem você vai pegá-lo para ler, por quê nossos usuários fariam isso? Biblioteca não é depósito de livros .E nem bibliotecário é tirador de pó nas estantes. Esse estereótipo já se foi há um bom tempo. Mas também não vou parar para explicar isso, porque nem na biblioteca você vem. Eu teria que desenhar de novo. E correndo o risco de você não entender. 

5 - E por último e não menos importante, se estivesse mesmo querendo dar uma utilidade a esses livros e achasse realmente importante isso, primeiro começaria a ler, coisa que desde sua infância anos você não fez. Ou você já teria dado para uma pessoa que seja importante para você como um parente, amigo, etc.  E não simplesmente, tirar onda com a minha cara, como se fosse algo que te desse status pela posse sobre essa enciclopédia. Essa referência de status por possuir uma coleção como essa já não faz sentido desde a década de 90, quando a internet foi criada. Mas isso é outra estória.
Tenho dito.

... ... .... 

Tudo isso em dois ou três segundos...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Azaléia, por Adriano Goulart


Azaléia

Ontem eu chorei. Chorei muito. Ontem, anteontem, e os dias atrás também.
Hoje, também ainda choro. Principalmente a noite . No silêncio do travesseiro. E há solidão. E como dói. Daquelas que cortam o peito e desanimam. Profundas e dolorosas. A sensação de que tudo que vivemos foi muito pouco. E foi.
São dois meses. E só agora lhe escrevo. Com as lágrimas tento esvaziar o vazio. Não é redundância. É tentativa. É possível? Não.

Luto.

E ela me amou. Profundamente, como poucos amores acontecem nesse lugar. Um vale de lágrimas, em que uma flor aparece e resplandece com a aparência e verdade do que mais se aproxima do amor de Deus.

Numa ocasião, me defendeu de um grupo de meninos que roubaram de mim a bola. Correu atrás deles como uma leoa defendendo tudo aquilo que tinha. A bola? Não, o filho. Era cedo, 7 anos apenas. Azaléia é a minha heroína. Me protegeu terrenalmente de toda e qualquer ameaça que podia acontecer. Espiritualmente nem se fala. Seria um anjo disfarçado? Era um anjo vivo.

Foi dela o valor maior que carrego hoje em meu coração. O da fé em Deus. Cada oração, cada terço rezado por ela e com ela, ressignificaram meu sentido de esperança nos céus. De alguém que era fiel no Pai Eterno por si só. Uma vida em oblação.

Azaléia tinha um amor especial comigo. Fazia de mim um filho mais filho do que os filhos de fato eram filhos. E eu era neto. Mas correspondi. A minha mãe, Azaléia. Era dela o meu bom dia, a motivação para fazer bonito. Fazer melhor. Era pra ela.

Ela que tinha uma rosto sereno. Que passava batido como a mais tenra e delicada flor e na personalidade era digna de ser comparada com os principais mestres e líderes. Bélicos, políticos, religiosos… gestores.

Era dela que partia todo tipo de ensinamento. Com uma sabedoria absurda. De alguém que conviveu com o passado e fez do presente a mais generosa e consistente história de vida . Azaléia teve uma vida. Terrível e dolorosa. E transformou-a em exemplo e perspectiva para mim. E eu aprendi. Uma vez ela me disse: -”não penso no futuro. Isso é coisa de Deus. Eu só desejo o melhor pra gente”.

Azaléia me buscava na escola. Foi atropelada por causa de mim. Eu era a missão de vida dela. E o Pai me deu a honra dela ser a minha também por um tempo. Cuidou de mim a cada resfriado, dor de cabeça e de barriga. Me dava bicarbonato, mingau, doces e balas. Alegria e perfume. Como era cheirosa minha Azaléia!

Acompanhou com ternura minha juventude. Tínhamos uma sintonia completa. Era minha namorada, minha mãe, minha confidente, meu travesseiro. Era ela. E eu dela.

Eu choro. Porque isso acontece sempre. Mas por ausência dela é novidade. E não é bom.
Queria escrever enquanto há tempo. E meu entendimento e lembrança faz dessa flor a mais linda e inesquecível memória da minha vida. Não sei quanto tempo isso dura. Nem o quanto tempo eu duro. Mas Azaléia foi simplesmente amor puro. Encarnado, convicto e maduro.

Nesse trem da vida, chegou a sua estação. Eu estava logo ali. No assento ao lado. Mas não despediu de mim. Foi de propósito Deus? Se ela tivesse a chance, se tivesse tempo sei que a faria. Num chamado, num olhar. Encostando a testa em mim em silêncio, como fazia quando queria falar algo diretamente ao meu coração. Mas não. Fui dar bom dia e o encantamento já chegara. E se foi.

O vento levou Azaléia para alguns passos a minha frente. Não posso correr atrás. O vento é forte e é ele que nos empurra. Na minha frente tem poeira, já não posso vê-la. Só há terra a frente, onde eu não posso ir. Por enquanto. Que descompasso! Ela que andava sempre segurando a minha mão, em um instante, já nem mais a toca. E agora?

Eu já sabia. Que seria assim. Mas como é difícil! Aquela que me chamava de filho. E era minha mãe. Que me alimentava, me nutria, me fortalecia e me construía. Minha Azaléia.

Desculpe Azaléia. Os últimos dias não foram fáceis. Sou testemunha. Principalmente para uma alma que gostava de viver. Que era jovem e muito forte. Vivia a 94 anos como pétalas de uma bela flor. Bonita, cheirosa e rosa. Saiba que sua dor era a minha dor. A dor da vida. Que caminha e caminha, mas um dia chega no ponto final. E eu chorava escondidinho acompanhando a minha incapacidade de alterar esse rumo.. Mas foi tanto choro escondido que até você percebeu, esperta como era. Eu fiz o que eu podia. Mas foi pouco. E o que eu queria era que mais uma vez, como tantas outras que você dissera para mim, “-é meu filho, dessa eu escapei”. Mas parece que no adiantado da hora, mesmo com o tanto que a provoquei (viva!), o seu cansaço foi mais forte, e o que disse dessa vez foi “ - para o céu agora voltei.”

Uma vez há pouco tempo era dia das mães. E era para minha mãe. Perguntei a Policena: -”o que vou te dar de presente?” Ela respondeu: “- eu já tenho tudo.” Então eu insisti. “-Não, minha mãe tem que ter presente!” E ela: “- Isso Deus já me deu. É você”. Mas já que tanto insiste, me dê a flor que eu mais gosto, Azaléia, que eu já fico contente.”


Adriano Goulart que amará eternamente
Policena de Freitas Goulart (*19/02/1919 - +04/08/2013)






quinta-feira, 18 de julho de 2013

Human Bodies – Adriano Goulart


Human Bodies – Adriano Goulart

Ontem estive na exposição “Human Bodies”. Para quem não conhece, após o texto coloco a descrição do que é esse evento.

Queria registrar o impacto que foi para mim a oportunidade de ver o trabalho minucioso feito pelos especialistas de preparar o corpo humano, nu e cru, para exibição ao grande público, em grande parte, leigos como eu, mas que acima de tudo, podem refletir sobre algumas coisas. Eis as minhas constatações:

Você já se olhou no espelho e notou algo que não era seu do outro lado do espelho, mas paradoxalmente te acompanhava em toda sua existência? Um ser estranho e completamente associado a você? Horroroso e fascinante ao mesmo tempo? Eu me senti assim quando olhei para a primeira obra-prima exposta na exibição.  Chamo de obra-prima porque não há outra palavra com as quais o significado se adeque melhor. Obra-prima do Criador. De um artista. O maior.

Nós somos uma máquina. Esplêndida! Fascinante! Absurdamente complexa. Obra de uma engenharia divina. Sem precedentes. Eram os deuses astronautas? Não sei. Mas no quesito carinho e detalhe, o Criador abusou!  Eu olhava aquele corpo aberto, dessecado. E ele olhava para mim. Não tenho ideia de quanto tempo eu olhei fixamente para o que estava em minha frente. Mais de 10 minutos provavelmente. O que eu descobria ali era novo. Porque um livro bem ilustrado, todas as aulas de biologia durante o ensino fundamental e médio que eu tive, documentários e por aí vai, não são capazes nem de perto de causar o impacto do que é se ver aberto e real bem a nossa frente. 

Os produtores do evento foram perfeitos. Acertaram em suas decisões. Porque já na antessala, a primeira bancada com órgãos humanos logo no início da exposição, nos apresentam os pés. Só o osso. Para a gente não tropeçar com as emoções durante o processo.  E quão impactante foi  conhecer de perto a anatomia do pé. Não conseguia parar de olhar. Não é estranho? Fiquei igual menino, olhando em baixo da escultura, da obra-prima, repito, que é um calcanhar. Virei um matemático. Como pode um osso daquele tamanho, sustentar o peso de um corpo de 80, 90 ou mais de 100 quilos? O ângulo mais perfeito que já vi. Harmonioso. Competente. Eu fiquei chocado. De verdade. 

Logo após vieram as mãos. Viradas, com a palma para cima. Só elas. Espetaculares! Impecáveis. Os ligamentos, a forma com que ossos, músculos, artérias, veias e nervos, ligamentos, tendões, pele, se ligam num espaço tão pequeno é comovente. Dignas de lágrimas pela simples possibilidade daquilo acontecer. Aplausos sinceros. 

Confesso que a próxima sala, com os membros inferiores e superiores me causaram dor. A complexidade dos músculos com os cortes precisos nos ossos me assustou um pouco. O joelho e o famoso menisco são mesmo muito delicados. O mecanismo da alavanca no cotovelo também é um caso a parte. Especiais. 

Depois vieram os aparelhos digestivos, os órgãos reprodutivos, aparelho pulmonar, muscular, cérebro, órgãos da face, cada um com uma riqueza de detalhes que valem a pena a intensidade do momento e um pouco de embrulho no estômago. O meu. Mas nenhum outro sistema,  surpreendeu mais que o circulatório. 

Os cientistas conseguiram reproduzir todo o sistema. Todas as ramificações. Das grandes artérias até o minúsculo vaso. Um choque. Temos outro ser dentro de nós. Absurdo. Magnifico! “Aqui tem sangue nas veias!”, diriam as pessoas. E tem mesmo. Muito. Muito mesmo.

Momentaneamente havia me esquecido daquilo. Transportei-me para uma reflexão profunda. Transcendente. Viajei. O que era aquilo que estava vivenciando? Aquele ser vermelho que está dentro da gente, bombeado pelo coração e que me trouxe algo humanamente divino. Fantástico. Divinamente humano. Material e especializado. Para que estamos aqui? Para onde vamos? Grandes e sinceros dilemas da nossa humanidade. Tudo ali. Resquícios da existência humana. Que só nos aparece quando nos corta a carne. Quando toca-nos o coração. Agressivo e extremamente singelo e pacífico. Que loucura!

Chegando ao final, a pele. Ligada ao corpo, rodeando os músculos. Derme, epiderme e não menos estonteantes. Fazendo-nos lembrar o que é a ilusão. O que nossos sistemas sociais, culturais e históricos nos fazem pensar que somos. E que na verdade somos totalmente iguais. Por dentro da máquina. O que o que a gente vê mesmo é a imagem. O reflexo da caverna de Platão. A constatação de que o que temos é quase um elemento mitológico dentro da gente.  Uma construção de algo que é muito mais profundo e inatingível para nós. Que nossa incompreensão é explicita,  mas verdadeira e sofrida. Uma capa. De algo totalmente sagrado. Um templo. É o que temos.

Imaginei os primeiros cientistas, iluministas e até os anteriores pesquisadores, desbravando aqueles corpos. Todo mistério e todo tabu que compreendia aquele templo, o corpo humano. Bandeirantes aventureiros. É o que eles eram. Agradeci pela vida deles. Pela coragem que tiveram. E agradeci pela ciência humana. Por trocarem os “pneus da vida humana, com o carro andando”.  A medicina, a biologia, a química, a física. A psicologia. A nutrição Como são importantes!

Atesto minha inquietude. Perturbei-me. Somos demais! Espetaculares! Que máquina indescritível! E que Criador carinhoso. Indecentemente apaixonado. Preocupado com detalhes invisíveis e totalmente essenciais. À natureza, meu muito obrigado.

"E Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. “E contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio à tarde e depois a manhã: foi o sexto dia." Gênesis, 1; 27:31

Sobre a Exposição
O HUMAN BODIES – MARAVILHAS DO CORPO HUMANO nos leva para uma jornada fascinante através do nosso bem mais precioso: nossos corpos impressionantes, uma coisa que frequentemente não compreendemos completamente.
Essa exibição é desenhada para mudar isto.
Trata-se de um mergulho tri-dimensional para dentro destes sistemas – pele e ossos, dos pés à cabeça – todos com o objetivo de ajudar as pessoas, a tomar decisões mais informadas sobre os cuidados com a saúde e o estilo de vida.
A mostra internacional foi projetada numa grande estrutura onde estão galerias que levam os visitantes através do corpo humano e corpos completos, em poses confortáveis e familiares, ilustrando os sistemas numa forma dinâmica. Há ainda vários espécimes de órgãos que ajudam os visitantes a investigar e entender mais a fundo as estruturas de cada sistema.
Os corpos foram tratados pela mundialmente conhecida da plastinação, que promove a conservação aos mesmos com textura e coloração permanentes.
Durante todo o percurso são gerados informações de forma prestativa para visitantes de todas as idades.
Muito criativa e informativa, a exposição interessa a todo tipo de público, é uma excelente oportunidade de conhecer os detalhes do nosso corpo.


terça-feira, 9 de julho de 2013

Sobre a morte do MC Daleste. (Adriano Goulart)


Sobre a morte do MC Daleste. (Adriano Goulart)

"Tá lá mais um corpo estendido no chão...." MC o que mesmo? Morreu tomando um tiro enquanto fazia um show de funk. Agora virou notícia. Ficou famoso. 
Tem gente fazendo poesia, dizendo o tanto que o menino era legal. Legal?
Um pobre coitado, como tantos outros que fazem sucesso instantâneo no youtube com sons medíocres, e na outra semana voltam a lavar carros , porque jamais terão oportunidades efetivas de serem o que acham que é bom. Essa é a tragédia. Do dia-a-dia. 

Nós? Uma sociedade hipócrita que valoriza a gozação, a prostituição avulsa e sem sentido das meninas nas letras de funk, a chamada "ostentação" num estilo músical, de gente que nem se quer tem água tratada em casa para beber. "Oi nóis convida porque sabe que elas vem." Essa é a tragédia. 

O menino morreu. Com todo respeito a ele e a sua família e tantos outros, já estavam mortos. Mortos de vida, e vida em abundância. De vida que vale a pena. E não a lástima de futuro com que sonhava ou sonham esses meninos. Uma riqueza vazia e pronta para correr por entre suas mãos. Porque eles nem sabem o que é isso. Vida. Não tiveram e nem tem chances nem sequer de ter isso dignamente.  Essa é a tragégia. 

Pobreza e miséria sempre fizeram parte de suas histórias. Quantos deles terminam o ensino fundamental? Quantos deles tem oportunidade de ir ao médico, a um oftalmologista, a um dentista  ao menos 1 vez ao ano? Quantos deles tem comida na mesa diariamente? Se sobreviverem aos tiros dos traficantes e da polícia na idade que tem, poucos chegarão aos 60, pois não tiveram educação, saúde , segurança e por aí vai. Essa é a tragédia. 

A gente valoriza a morte. A violência. Isso fica claro quando o que sai na mídia é o "tiro e sangue do menino" e não as mazelas que estão ao seu redor. 

A gente valoriza o sexo e prostituição. Quando acha engraçado meninas que não sabem nem falar, e não tiveram mães ou pais que disseram que o ato de mostrar a bunda para aparecer é feio, ao contrário do que elas pensam, ser bonito. 

A gente valoriza a burrice, quando compartilha imagens e textos completamente idiotas e medíocres, só porque tem um sonzinho bacana. Essa é tragédia. 

Tem alguém preocupado ou chocado com a morte desse menino de verdade? Essa é a tragédia. Quem compartilha isso está preocupado em verdade é com sua própria vaidade. Com a chance de atrair para si atenção de seus perfis e textos, através da mesma receita: morte, violência, sexo, dinheiro e burrice. Muita burrice. Essa é tragédia. Amanhã outro morre e quem era mesmo o menino que morreu semana passada?

Diria Renato Russo, "vamos celebrar o horror de tudo isso, com festa, velório e caixão. Está tudo morto e enterrado agora , já que também, podemos celebrar, a estupidez de quem cantou essa canção." 

Morreu.

Adriano Goulart 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Para registrar o meu pensamento sobre as manifestações do dia 17/06/2013. (Adriano Goulart)

Para registrar o meu pensamento sobre as manifestações. (Adriano Goulart)

Manifestações. Tem gente falando de tudo por aí. Coisas que me identifico e outras que não concordo tanto. No meio disso tudo, lembro de palavras que eu ouvi de uma professora minha da disciplina de história, da minha época de ensino fundamental,  chamada Ana Maria.

Ela dizia: "temos que aprender o seguinte : podemos discordar totalmente das posições uns dos outros e do modo como entendemos as coisas. Mas lembrem-se por toda sua vida, devemos garantir radicalmente o direito que temos de nos pronunciar. Todos nós." Quem passou pela ditadura militar não viveu isso . Hoje, em tempos de alienação extrema, do uso do poder absurdo e contraditório,  do alcance midiático das massas, conforta-me saber que as redes sociais desempenham um papel de quase uma ágora digital. Se as discussões são profundas, isso é outro tema.

Num dia em que marca minha vida pelo novo. Ou algo novo. Diferente. Dia em que boa parte das pessoas por aqui, contrárias aos movimentos, ou diretamente envolvidas esboçaram gritos de insatisfação, ironia, ou entendimentos complexos sobre os assuntos diversos de nossa sociedade. Para mim um dia político e apartidário. Todos exporam suas parcelas de culpa. Denunciaram seus tetos de vidro. Um dia que me sinto bem. Por poder ver que isso aconteceu em escala mínima ainda, mas aconteceu.

Vejo que o entendimento sobre as mudanças efetivas ainda é primário. E principalmente atrasado. Que sofremos com a ausência de líderes nesses movimentos e em quase tudo na sociedade que traz alguma referência de representação é falida ou questionada. Somos ainda bebês chorões, mas já com a consciência de que o sofrimento existe e é preciso combatê-lo. Que as causas e ideais são difusos e em boa parte as iniciativas são relativas e pontuais, ou associadas a minorias específicas. Mesmo assim vale a pena.  Não é exatamente isso que buscamos na aplicabilidade da teoria democrática? Lugar para as minorias, ainda que contrárias a valores pessoais que mesmo eu os tenho? Lugar de fala e representação para as massas, com o cuidado da postura totalitária não tomar força?

É momento das forças se manifestarem sim. Daquelas que valem a pena, que se preocupam com o coletivo em detrimento de posses e doutrinas individualistas e mercadológicas. Que seja dada voz ao oprimido e ao religioso. A mulher, ao gay e ao negro. Que seja dada voz a minha pessoa. E se quem grita agora não me representar, que me seja nos dada a honra de cobrar seus feitos. Sua fala uma hora ou outra será comparada a mediocridade de suas ideias. Vaidade das vaidades. Mas que seja dada a oportunidade do brado.

A verdade é que não sabemos de onde vem os movimentos e nem onde isso tudo vai chegar. Traços da contemporaneidade. Se temos uma versão brasileira da primavera árabe ou se mero modismo ou comodismo da classe média, aproveitando da situação sóciopolítica para garantir seus privilégios. Se são efetivamente democratas, aristocratas ou totais anarquistas. Ainda não dá para saber. Pelo menos eu ainda não sei. E confesso que em dúvida, me sinto mais seguro em acertar no que vem por aí. Melhor que se tivesse a certeza dos idiotas e de uma unanimidade burra. Para um lado ou para o outro.  Excesso ou retrocesso. Eu quero acertar.

Amanhã o vento muda e tudo pode desaparecer da mesma forma que emergiu. Mas o certo é que eu ainda não havia visto acontecer como aconteceu. E isso me faz bem. É novo. Status: Aprendendo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Utilidade Pública - Adquirindo um plano de Banda Larga - Oi Velox

Utilidade Pública - Adquirindo um plano de Banda Larga - Oi Velox

Amigos, passei por essa situação recentemente e como profissional da informação que sou, mas acima de tudo cidadão, gostaria de dividir com vocês algumas dicas para não sejam enganados e impelidos (através das técnicas de telemarketing) a adquirir produtos ou serviços por falta de informação.

A informação que vou dividir com vocês se refere a compra de serviço de Banda Larga da Operadora OI, com o serviço OI Velox e a atenção que peço a vocês é para as práticas que estão fazendo em conjunto com a Provedora UOL. - Portanto se você vai contratar ou já contratou, fique atento a dica e evite gastos desnecessários.

Antes, uma informação técnica de forma simples para você entender:
você entrou em contato com a Operadora OI e adquiriu um plano de internet Banda Larga. Para sua internet funcionar nesse caso você precisa de: Um computador + uma linha de telefone já instalada + um aparelho chamado "modem" que faz a conexão coma internet (o próprio técnico da OI já trás esse aparelho quando vem instalar) + um serviço de provedor de internet (que é um serviço que faz a ligação e autenticação do modem com a rede de computadores internet).

Assim que você adquire a linha de telefone, sem você pedir e quase que automaticamente, diversos funcionários da provedora UOL começam a te ligar oferecendo o serviço de provedor. No entanto, o texto que as pessoas que te ligam falam, está carregado de técnicas e omissões de informação que fazem você pensar que é necessário a contração do serviço que eles oferecem. ATENÇÃO: ISSO NÃO É VERDADE.

Você precisa sim de um serviço de provedor para sua internet funcionar porem, NÃO É OBRIGATÓRIO A CONTRATAÇÃO dos serviços da UOL, MUITO MENOS EFETUAR UM NOVO CONTRATO COM ELES, dessa vez, com eles exigindo inclusive que o pagamento seja feito por cartão de crédito ou débito em conta. VOCÊ NÃO PRECISA FAZER ISSO.

O Modem que a UOL quase te obriga a aceitar as configurações deles, já está incluido no plano de banda larga que voce adquiriu da OI, portanto, não aceite as configurações da UOL.

No site da OI, existe uma relação de provedores conveniados que assim como a UOL, podem efetuar o mesmo seviço . ATENÇÃO, EXISTEM PROVEDORES GRATUITOS, que fazem exatamente a mesma coisa. A própria OI tem um serviço de provedor GRATUITO. E NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE PROVEDORES GRATUITOS E PAGOS. A velocidade contratada da lei é exatamente a mesma nos dois casos. E agora, por Lei, tem que chegar corretamente.

Portanto, se você está adquirindo um serviço OI VELOX, espere a instalação do telefone, depois aguarde a própria OI instalar o modem e configurá-lo, até porque , isso já faz parte do seu pacote contratado. VOCÊ NÃO PRECISA CONTRATAR O SERVIÇO DA UOL, ao contrário de que eles dizem .

Se está passando por isso, qualquer dúvida, estou a disposição para ajudá-lo.

adrianoagr@ig.com.br